sexta-feira, 23 de maio de 2008

Sobre o insustentável "Castelo de Cartas": cenas de um improvável último capítulo.

Este é o link - para quem quiser entender:
http://www.youtube.com/watch?v=2yZBE5qLw8Y




I don't wanna be your friend
I just wanna be your lover
No matter how it ends
No matter how it starts
Forget about your house of cards
And I'll do mine
Forget about your house of cards
And I'll do mine
all off the table,
nd get swept under
Denial, denial
The infrastructure will collapse
From carpet spikes
Throw your keys in the bowl
Kiss your husband 'good night'
Forget about your house of cards
And I'll do mine
Forget about your house of cards
And I'll do mine
Fall off the table,
And get swept under
Denial, denial
Denial, denial
Your ears are burning
Denial, denial
Your ears should be burning
Denial, denial...
.
E foi numa bela manhã de domingo, dia sem compromisso algum, ainda querendo entender os acontecimentos da noite anterior. Caio da cama cedo, acendo um cigarro, observo o fraco movimentos dos carros lá embaixo. O telefone tocou e não sabia se iria atender aos seus apelos.
- "Oi.... como você está?... sou eu, sim, sou eu mesmo... não nos vemos há exatamente 1 ano... quero te encontrar... ok, eu sei... te vejo em uma hora, até..."
E então eu entendi que o grande dia havia chegado. O dia que sempre chega pra mim, depois de algum tempo. Ás vezes meses, às vezes anos. Redenção, expectativas, des-compromissos, intensidade, nervosismo, ódio, amor, saudade, ex-expectativas, curiosidade... querer entender o que não se pode, pelo menos não assim, racionalmente.
Então ele chegou e, como num passe de mágica, tudo voltou ao normal. Tudo voltou a ser como jamais deveria ter deixado de ser. E fazia um ano, e tantas coisas aconteceram, pros dois. E enquanto andávamos de mãos dadas e as cores do domingo iam mudando, ia mmudando também meus sentimentos: já não sabia mais o que era, o que existiu, o que ainda existia, nem qual teria que ser meu papél, nem o que eu deveria dizer, nem o que gostaria de escutar...
Falamos sobre tudo, mas não foi nada, não. Porque pude compreender o tudo que não se diz, e só se sente, só se entende pelo olhar... Ah, o olhar... esse não mudou e não vai mudar jamais.
O dia terminou num lindo entardecer, com direito a instrumentos de sopro e o apito de um velho trem... e depois de tudo, a sensação do fim. O fim de verdade, aquele que nunca vai terminar...
.
Esqueça seu castelo de cartas, e eu esquecerei o meu.
Já não existe mais, conforme-se.
Não importa como começou, não importa como vai terminar.
denial, denial...
.
E mais uma vez, hail hail IN RAINBOWS!
Talvez eu ainda não soubesse explicar...

3 comentários:

dNap disse...

Caralho!

E sacando tudo o que está envolvido nessa história, o texto fica ainda mais melhor.

Impressionante, fiquei emocionado.

Anônimo disse...

quando este dia chegar pra mim, metaforicamente, sangue jorrará pra todo lado. Mal posso esperar!
Meu, fudido o seu texto...

Debil Mental disse...

massa.....no dia da virada cultural o trem apitou bem na minha cara!!hahauhauha
bem legal o texto!!!Sucesso!!