segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Apenas pessoas...


Alguém por aí ...por favor, dá para me entender?

Crítica da crítica

Aqui, a quem possa interessar, a minha crítica da crítica de In Rainbows do Folhateen.

Mandei uma carta pra Folha, que obviamente não foi publicada. Deram espaço só para cartas com argumentos ad hominen. Assim é fácil se defender.

Como diria a ilustre colaboradora desse espaço: "Ah, Fortino, vai entrevistar Avril Lavigne, vai..."

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Ponto em Movimento

Não há concordância entre nós amigos blogueiros quando nos referimos a música "Where I End And You Begin". Danilo vê uma coisa, Aline (Sucesso, cade você? Escreve, vai) outra, muito próxima da dele aliás. Mas ambos enxergam o amor shopenhauriano presente na letra.

Mas... muito embora, eu julgue Shopenhaurer pungente, não sei, não consigo vê-lo aqui.



Bem..."There's a gap in between".

Partindo da frase acima, a impressão que me fica é de que há uma pontuação-metafórica através da palavra ESPAÇO. Designando uma mudança total no seu ser. No seu modo de pensar e ver o mundo.

Acredito que essa mudança se confirma através da frase "onde eu termino e você começa".

E o personnage (de la bella musica) sente a sua mudança. Passando a ver os demais homens com distanciamento, assim como o seu EU passado. E de cima ele observa, e não mais consegue voltar, pois a mudança do seu EU é definitiva.

E analisa. E passa a ver o imaginativo, os símbolos, a farsa, a construção humana.

Demarca o ESPAÇO com um X, separa as ondas , desmorona a casa. E sente o seres humanos na sua essência mais primeva, sem as máscaras, sem as farsas e as criações que os cercam de maneira intrínseca.


Segue a letra ;0

"Where I End And You Begin"

There's a gap in between
There's a gap where we meet
Where I end and you begin
And I'm sorry for us
The dinosaurs roam the earth
The sky turns green
Where I end and you begin
I am up in the clouds
I am up in the clouds
And I can't and
I can't come down
I can watch and cant take part
Where I end and where you start
Where you, you left me alone
You left me aloneX'll mark the place
Like the parting of the waves
Like a house falling in the sea
In the seaI will eat you alive
There'll be no more lies
I will eat you alive
There'll be no more lies
I will eat you alive
There are no more lies
I will eat you alive












terça-feira, 16 de outubro de 2007

Over my rag and bone man's dead body - algumas impressões sobre "go to sleep"





Algo para o negociante de tralhas*
“Só por cima do meu cadáver”
Algo grande acontecerá
“Só por cima do meu cadáver”

Filho ou filha de alguém
“Só por cima do meu cadáver”
Desta forma que eu me acabo sendo tragado
“Só por cima do meu cadáver”

Vou dormir
Deixe que tudo desabe sobre mim

Nós não queremos despertar o monstro que domina
“Cerque-o para que fique amarrado sem ação”
Nós não queremos deixar que os lunáticos dominem
“Cerque-os para que fiquem amarrados sem ação”

belos cavalos de maio
Apareçam para você enquanto dorme

Vou dormir
Deixe que tudo desabe sobre mim

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Go to sleep é animal porque tem um riff marcante, o tempo sincopado brinca com o batimento cardíaco 4/4 dos seres humanos.

O timbre “grunjão” de violão tocado no deserto passa um clima de duelo.

“Over my dead body”, frase de alguém que não cede nem a pau, tipo redneck briguento, o que talvez seja a grande ironia da letra.

Final grandioso, os riffs ganham mais presença e o solo de guitarra entrecorta a harmonia com timbres deste planeta, mas com notas e rítmicas de outro lugar.

Traduzir “Rag and bone man” é complicado. Coloquei “negociante de tralhas” para aproximar dos catadores de lixo e sucata, prática que existe no mundo "civilizado" também, e que, segundo um artigo do "The Guardian" do ano passado, não sei se isso é válido pra esse ano também, os ingleses "fingem" desconhecer a existência do rag and bone man.

Talvez essa seja a música do cara derrotado. Que perdeu o duelo para o mundo, mas não a pose de dorminhoco, ou morto. Over my rag and bone man's dead body!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Você e o exército de quem?


Post inspirado em You and Whose Army?, do Amnesiac.

A letra está aqui.

Bélica arte.







Quer brigar? Venha
Venha, puxe a faca
Mostre os dentes
Afie as garras
Arrepie a espinha
Não tenho medo

É isso o que me oferece?
Isto são suas armas?
Onde está seu exército?
Este é o seu exército?
De quem é este exército?

Sua terra, minha horda
Eu invado, você me ocupa
Mutile-me, empalo-te
Extripe-se, decapto-me
Banho de nosso sangue

Palavras, canções e simples reflexões

Sempre julguei Radiohead musicalmente fantástico.
As batidas, as melodias, o ritmo. A junção de tudo isso!
Ao contrário do que alguns supõem - que Radiocabeça nos causa um estado de letargia -
para mim funciona como uma espécie de estupefaciente.

Primeira impressão:
Auditivamente já estava perfeito. Tanto que não me prestava a ler as letras das músicas. Mas, quando realmente comecei a ter contato com a elocução... pirei de vez!

É verdadeiramente uma obra de arte. Por dentro e por fora.
Transborda abstração. E, justamente por isso, podem ser múltiplas as interpretações numa simples estrofe.


Au sujet...


Let Down é uma daquelas músicas que nos fazem ver, reconhecer e sentir em qual mundo estamos verdadeiramente inseridos. Movimento. Sociedade moderna. Ausência e reformulação de vários sentimentos.

Pessoas perdidas, concorrendo com o tempo. Não se enquadrando. Se afundando. Sendo massacrados, "esmagadas como um inseto" (totalmente Kafka).

Com uma ponta de otimismo, a poesia surtante dos caras não deixa o ser completamente destruído, privado de vida. Com enorme ira, ele se reergue, mesmo sendo considerado improfícuo.

Crítica clara à indiferença, à impessoabilidade, à frieza e à concorrência. Produtos da sociedade moderna. E além da magnífica sonoridade, há palavras inquietantes. Uma denúncia sutil.

domingo, 14 de outubro de 2007

Idioteca



O que seria da arte sem a interpretação?

Qual o propósito da arte, senão gerar mais idéias, mais sensações, mais arte?

Engolimos música e expelimos palavras.

Ao som de Radiohead.

Pois temos tempo para analisar, temos tempo para pensar devagar.