Sempre julguei Radiohead musicalmente fantástico.
As batidas, as melodias, o ritmo. A junção de tudo isso!
Ao contrário do que alguns supõem - que Radiocabeça nos causa um estado de letargia -
para mim funciona como uma espécie de estupefaciente.
Primeira impressão:
Auditivamente já estava perfeito. Tanto que não me prestava a ler as letras das músicas. Mas, quando realmente comecei a ter contato com a elocução... pirei de vez!
É verdadeiramente uma obra de arte. Por dentro e por fora.
Transborda abstração. E, justamente por isso, podem ser múltiplas as interpretações numa simples estrofe.
Au sujet...
Let Down é uma daquelas músicas que nos fazem ver, reconhecer e sentir em qual mundo estamos verdadeiramente inseridos. Movimento. Sociedade moderna. Ausência e reformulação de vários sentimentos.
Pessoas perdidas, concorrendo com o tempo. Não se enquadrando. Se afundando. Sendo massacrados, "esmagadas como um inseto" (totalmente Kafka).
Com uma ponta de otimismo, a poesia surtante dos caras não deixa o ser completamente destruído, privado de vida. Com enorme ira, ele se reergue, mesmo sendo considerado improfícuo.
Crítica clara à indiferença, à impessoabilidade, à frieza e à concorrência. Produtos da sociedade moderna. E além da magnífica sonoridade, há palavras inquietantes. Uma denúncia sutil.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
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Um comentário:
Me sinto um inseto perto da capacidade de criação desses malditos almofadinhas.
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