segunda-feira, 23 de março de 2009

Every thing



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Então eu gritei "PYRAMID SONG!", com a certeza de que nunca seria tocada. Thom Yorke ouviu meu apelo dentre 30 mil pessoas a 50 metros de distância e disse para os roadies: "bring me the piano! Danilo is asking me to play Pyramid Song, let´s do it, Ed". E foi tocada a mais bela Pyramid Song de todos os tempos.

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Foi aí que o palco ficou todo vermelho, como havia ficado todo vermelho em Tóquio antes de que fosse tocada a primeira música do Radiohead que sequestrou meus neurônios. Phil Selway bateu duas vezes nos tons da bateria com aquelas baquetas de ponta gorda. Colin Greenwood deu outra dica tocando aquela linha de baixo e seu irmão Jonny, a da guitarra. E, desde então eu sabia, nada mais poderia impedir que a mais perfeita Optimistic fosse executada.

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A música que começava a sair do violão de Thom Yorke, Exit Music, era a mais inesperada de todas as músicas da noite e a cada segundo dela eu sabia que se produzia um momento inesquecível, particularmente inesquecível, para duas pessoas que se abraçavam e se beijavam em outro plano sem olhar por um segundo sequer para o palco. Everything in its right place, in its right place, in its right place. É, Thom, você tem razão.

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The head of state has called for me by name, but I don´t have time for him. It´s gonna be a glôôooôôoorius daaaay. Está sendo, obrigado. We are standing on the edge, Thom.

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Creep, por fim, me lembrou que o show não era só pra mim e pra ela, mas para outras 29.998 pessoas naquele descampado. O que, também, não deixava de ser lindo.

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Ah, qual o problema em, por duas horas e meia, ser romântico, sentir-se no centro do mundo? Dizem que Luis XVI, no dia 14 de julho de 1789, escreveu em seu diário: "Nada". Se eu também escrevesse um, registraria lá no dia 22/03/09: "Tudo".

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