domingo, 31 de agosto de 2008


Depois de 6 meses, o Radiohead anunciou no último dia 11.08 o resultado da competição para a criação de um vídeo em animação para uma música do último álbum, In Rainbows.

Em vez de 1 vencedor, foram 4. As músicas que receberam clipe foram: 15 Step, Videotape, Reckoner (que tem rodado o Youtube com uma cover feita pelo Gnarls Barkley) e Weird Fishes/Arpeggi.

O prêmio para o vencedor era de 10 mil dólares pagos pelo aniBoom. O Radiohead assumiu os outros 30 mil.Pode-se acompanhar os vídeos de todas as fases na pagina especial do concurso:

http://www.aniboom.com/radiohead/

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

nemorívago...


Cai subitamente de um galho enquanto sonhava uma esperança tácita em mim.Pouco a pouco emerge a lembrança de uma suposta tristeza,a mesma que supunha ser o resultado de existir por assim dizer,como pedras sobrepostas.Sinto o pânico no ruído de um relógio.Fecho os olhos lânguidos a sentir uma náusea que é quase um cansaço antecipado de tudo.
Febril.A moça que segura o guarda-chuva a espera do funeral.Persianas entreabertas de uma casa de veraneio ao fundo.Não ouço ali a soma de todas as ilusões em desalento.Nem a alegria de haver quem não se cansa.Apenas esse tiritar incessante do tempo a ser cronometrado.Um mecanismo sórdido criado por mãos sôfregas.Lamento por motivo nenhum.Lamento por essa mesma ausência de motivo.E sou assim motivada a lamentar.Com meus sonhos encadernados lacrados em minha mochila.Tudo quanto se diz em mim mesma nada traduz.Sou um universo em desencanto.
Soturna,voluvel,alheia,dissimulada.Vivo o sossego absoluto deste pequeno simulacro de sensações sutis.
A marcha fúnebre se aproxima.Fico tensa.Que poderia eu querer de mim mesma ou do mundo?Parece sempre tão excessivamente calmo aqui que chego a sentir falta de um desconforto.Fico tensa. recordações de uma garoa fria,uma garotinha de cabelos loiros corria por entre poças numa rua onde o destino era uma ideia confortável .Aleias de frondosas árvores a margear o caminho.Existia um sorriso que não reconheço como humanamente possível.Ora mas o que poderia dizer daquilo que não conheço senão que minha inquietação é um anseio sem importância nenhuma.
Todas essas pessoas vestidas com seus casacos pretos caminhando introspectivas.Passos lentos a respirar em estertores,pisam em folhas secas e evitam as poças d'agua.Começo a rir num frenesi que é como o fantasma de todas as situações absurdas que sempre se sucedem.
Sou eu o espectro notivago a vagar pelo bosque,vestida com meu manto reluzente de ostracismo.Passa o funeral,com toda a corja morbida de seres pusilânimes,olhares chorosos e enternecidos.Solicitude dos falsos amigos.A mesma sensação repetida das diversas repetições amiúde.Tem perfume de flores.Eflúvio de um anuncio antecipado de morte.
O libertar tardio de asas numa penumbra insipida,odor mefitico dos corpos ao redor.Sou eu,a moça a segurar o guarda-chuva num eterno ver passar.Presa em mim mesmo feneço nessa letargia hemorragica.Fiz lucida escolha.

"Jigsaw falling into place
There is nothing to explain
Regard each other as you pass
She looks back, you look back
Not just once, not just twice

Wish away the nightmare
Wish away the nightmare
You've got a light, you can feel it on your back
A light, you can feel it on your back
Jigsaws falling into place"

domingo, 17 de agosto de 2008

I may be paranoid, but not an android


Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest
From all the unborn chicken voices in my head
What's that...? (I may be paranoid, but not an android)
What's that...? (I may be paranoid, but not an android)

When I am king, you will be first against the wall
With your opinion which is of no consequence at all
What's that...? (I may be paranoid, but no android)
What's that...? (I may be paranoid, but no android)

Ambition makes you look pretty ugly
Kicking and squealing gucci little piggy
You don't remember
You don't remember
Why don't you remember my name?
Off with his head, man
Off with his head, man
Why don't you remember my name?
I guess he does....

A vida queima lentamente, sem filtros, sem atenuantes.É bruta,cancerigena.Regada a whisky,adrenalina e todos os monoxidos.Sudorese dos amantes de uma vicissitude ébria,exclusivo odor rançoso que ainda resta.Olho para um quarto que não conheço,deitado numa cama fria como a sentir a morte num cadafalso.Medo dessas coisas luridas que tenho atraido.Todas situações morbidas e inquietantes a qual me lanço, foram só porque escolhi um caminho traçado a esmo na escuridão de um cego titubeante? Ando por entre ruinas de uma quase vida,escombros de uma verdade calida.Uma busca continua em me sentir ninguem.É quase uma liberdade para viver da sua propria forma.Uma catarse forjada, a minha.Mentiras vestidas em indumentaria de seda.Porque perfidia desse meu subjetivismo emprestado me diz : a redenção da liberdade vem atraves de uma vida baseada na razão.Sentimentos destroem.Ah,o que seria de mim sem essas verdades contestaveis que se compram numa banca de jornal, numa esquina boçal de uma avenida paulista qualquer.
Homem livido me vendeu,demasiados trejeitos femininos,uma maneira calma e ofegante de pronunciar palavras roucas.Como se estivesse a ler pausadamente um quadro negro.Parecia surpreso, a refletir naquilo que dizia buscava saber se eram verdadeiros pensamentos seus ou tão somente os memes a boiar no subconsciente, sempre a propagar-se pelas mentes afora.Quiçá fosse apenas esse continuo vitral esfumaçado de erva a ofuscar meus olhos.Dissimula minha realidade sinestesica com suas cores surrealistas.
Sou o intruso nessa vida vazia de duas pessoas que não conheço.Minto.A vida vazia não pertence a eles, mas a mim.A culpa mutua estampada em seus olhares cinicos, dedos acusadores apontados um para o outro,as eternas palavras cuspidas como farpas.Injurias.Continuo a ser intruso pelo tempo necessario."Ate que a morte nos separe".Indubitavelmente,prefiro ser o primeiro.
Recinto cheira a sexo.Não pago,mas a sensação que me sobra se equivale.Não seguro,porem pior pesadelo nem seria venereo.Uma criatura de sentimentos confusos jaz ao meu lado.Pobre titere a rastejar pelos becos.Cabelos castanhos,encaracolados e descuidados.Não ha espaços para zelos.A pele ressecada,cor de ceramica de suas costas cadavericas,as omoplatas que sobressaem.Vislumbro suas costelas proeminentes e me lembro de que ha lugares que não posso frequentar.Lembrança a soar mais como aviso.Em verdade,eu não deveria deixar me levar tanto por essa inquietação a girar em torvelinho.Foda-se essa merda, suponho que seria sensato dizer.Provo o gosto dessa pronuncia e tudo continua exatamente o mesmo.Minha sensatez é insossa.Gostaria sinceramente de elucidar minha propria charada.Essa que vivo a engendrar todos os dias.
Que solução resta?
Frequentemente acossado pelas duvidas que me atormentam.Seria tão mais simples se não mantivesse a mente opaca..."mantenha sempre as portas abertas, guri".
Falto novamente uma manha de sabado no trabalho.Quantas ja foram pelos mesmos futeis motivos.Companhia frivola,efemera de um alguem qualquer que nada acrescenta.Mais uma alma em conflito consigo mesma.Observo a essencia sorrateira que se esconde como reais motivos.Sou como um imã a atrair o que ha de pior.
Preciso voltar a dormir.A calma do sonho que afaga.
O que sera de mim apos essa manha ainda é duvida.Sobreviva ao seu destino pra que possa entende-lo.Folha em branco e uma caneta.Tudo o que preciso pra redigir essa historia.Dar a ela um novo sentido paranoico.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008