sábado, 26 de junho de 2010

I am a wicked child

Por muito tempo, considerei este blog um monumento à vergonha de ter feito o que fiz com uma pessoa muito querida.

Quando se chega à constatação de que um "I´m sorry, really, really sorry" é não só impossível como também inócuo, o que deve ser feito?

Talvez seja bom, talvez não. Mas devemos olhar o fantasma, a culpa, nos olhos, e viver. Sem esquecer, mas sem deixar de viver. Why not? Não é incompatível.

I Will (LA version) - ao vivo no Porto

A mais brilhante versão de I Will que encontrei.



Convenhamos, por que eles não deixaram a "LA" no álbum? Ela, estúdio:

terça-feira, 22 de junho de 2010

Quando me olho...


Quando olho pra mim não me vejo.
É qualquer outra coisa amorfa.
Uma interpretação simulada que se contradiz.
A boca seca num anseio lacônico.
Tão perfeito me é longe de mim.
Passos tremulos num pavimento de ideias etereas.
Meus musculos doem cansados do ócio que lhes imponho.
Quando olho pra mim.
Um futuro enrrugado e repleto de uma fé errônea.
Angustia vívida demoradamente sentida.
Quando olho pra mim tranco me.
Fatigado pelo esforço de ouvir um vazio absoluto.
O silencio apavorante como uma comichão por dentro.
Uma frase cristalina de quem ignora o próprio destino.
Esforço de ensinar ao olhos não perder se na escuridão e
na ausência de si mesmo.
Alma de quem vive a sorte incerta.
Demorar se numa prece que já não me faz sentido.
Quando me olho,hesito.
Quando me vejo,duvido.