sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

This Mess We're in with Trent Parke

Bom,não sei a galera do peixes conhece PJ Harvey.Imagino que sim,sendo pessoas de bom gosto que são.Mas como sempre ha um exceção na regra,pessoas de bom gosto tambem tem gostos discutiveis(eu mesmo sou fã incondicional do Fabio Jr...hahahaha....brincadeirinha!).Enfim,nem sei se tenho bom gosto.Alguns dizem que sim e do meu proprio ponto de vista é,eu confesso.Eu tenho!Narcisismo a parte,vou deixar ai um video com um som do genial Thom yorke com a espetacular PJ Harvey.Num encontro desses só podia sair uma pira muito massa.
Enjoy the video!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

thom yorke on henry rollins performing the clock

Time is running out for us


O dia lento como uma marcha fúnebre incidide sobre mim um funesto pressagio.Cavalga os ponteiros do relógio com seu sorriso desdenhoso,como alguém que carrega todas as verdades possíveis num útero exalando pânico.
Me arrasto hesitante por entre ruas sem nenhuma convicção dentro de mim.Passo pelas aléias sem notar a beleza de nada.Estou cega pela infausta amargura que me corrompe.Apatia gritante pelos anos todos trancados em minha cela de uma certa misofobia amorosa.

Time is running out for us
But you just move the hands upon the clock
You throw coins in the wishing well
For us
You just move your hands upon the clock

Como um ser autômato me dirigo ao fatidico destino que ansiosamente implora nossa alma desde que viemos da possibilidade obscura do nada.Tudo o que nos resta são duvidas.Sussurante voz meliflua dos atos: faz de mim seu titere obediente a que nada contesta.
Não quero ser responsavel por minha realidade translucida.
Sobre mim o ceu estival em suas cores surrealistas de entardecer é como uma chave que convulsivamente abre as travas para lembranças que prefiro manter afastadas.Deixo-me afundar na meia obscuridade de sentimentos que recuso como sendo meus.Apresso os passos.Eu,a observadora dentro da maquina.

It comes to you begging you to stop
Wake up
But you just move your hands upon the clock
Throw coins in the wishing well
For us
You make believe that you are still in charge

Um saco de ossos que vagueia pelo simulacro de uma existencia.Uma coadjuvante da propria historia.
A voz meliflua e hipnotica me guia por entre vielas desconhecidas como se ha muito as conhecesse.Soturnas ruas estreitas de granito com seus casebres de tijolo carcomido pelo tempo,casas antigas de janelas e portas que dão diretamente para rua.Pareço conduzida dentro de um quadro impressionista onde não sinto minhas pernas.
Desemboco numa ponte estreita de granito lajeado e ali permaneço atônita.Na espera do ultimo grande ato do mestre titereiro aqui estou.O fantoche maltrapilho que jamais enxergou alem de si mesmo.
Em passos lânguidos caminho ate o parapeito.O misterio da vida alimenta o martirio do proprio misterio.Tudo tão confuso e insosso.Olho para as aguas turvas do lago e sinto como se um famigerado monstro ali me aguardasse.Respiro profundamente e o ar é entrecortado pela duvida.O ultimo ato da comedia é tragico.

E no final das contas tudo é vacuo.


"Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Ho Ho Ho

Primeiramente, não posso deixar de agradecer ao mais novo peixe imerso nessa paranóia radioheadiana... O prazer é nosso em tê-lo aqui.

Bem, me veio uma música na cabeça que casou-se perfeitamente com meu estado de consternação. Não que essa angústia esteja cravada no meu peito de forma a me torturar, a me destruir. Não é isso.

Mas enfim, falarei de minha experiência natalina entre pessoas que costumamos chamar de família. E depois disso, vocês poderão entender a razão dessa música ter impregnado meus pensamentos.
Minha família é engraçada, respeitam minha posição e minhas idéias, pois no fundo possuem a legítima certeza de que um dia serei uma cristã exemplar. Uma porralouca revolta, subversiva, mas que um dia edificara uma família. Mas 2+2=5, então...

Bem...
Faltavam 5 minutos para as 24h e eu saboreava lentamente aquela refeição deliciosa que só desfrutamos no dia do natal. Tocava um samba das antigas em volume suficientemente perturbador e as imagens ficavam por conta da missa do galo. De antemão, já avisava minha irmã de que não levantaria da mesa para desejar feliz natal para ninguém, até porque a comida era muito deliciosa para ser abandonada no prato à mercê do relento. Mas enfim, todos vieram até mim meio que com aquele olhar de compaixão.
Longe de mim a hipocrisia, e, ao contrário da minha família, não pretendia cumprimentá-los até por respeito à própria crença que eles possuem. Seria um desrespeito da minha parte ser tão irônica num dia de extrema relevância para os cristãos. Porra, era aniversário do papai-noel!
Mas mesmo assim a noite foi bem agradável. Comi bastante, revi minhas primas e não ganhei nenhum presente.

Mas se um dia eu pirar, se um dia eu desejar que tudo na vida seja quadradinho e com resultado igual a 4, com fórmulas mágicas e resultados perfeitos, por favor, "destrua meus miolos".

E segue a música que estava em repeat na minha cabeça.


A Reminder

If I get old
I will not give in
But if I do
Remind me of this

Remind me that
Once I was free
Once I was cool
Once I was me

And if I sat down and crossed my arms
Hold me until this song

Knock me out
Smash out my brains
If I take the chair and start to talk shit

If I get old remind me of this
That night we kissed and I really meant it
Whatever happens if we're still speaking
Pick up the phone
Play me this song

Do precioso e curtíssimo intervalo de tempo onde todas as coisas desse mundo acontecem:


Everything in it's right place.

Sentados lado a lado no banco de uma Igreja antiga, daquelas com vitrais coloridos e torres gigantes. Cheguei até lá porque os sinos badalaram me chamando, não pude entender o que você me dizia, mas sabia que você chamava por mim.


What is that you try to say?

In the next act, você pirava nos meus pés. Olhava com atenção, tocava meus dedos com calor, fazia semi-cócegas, carinho puro... eu não entendia seu gesto e queria que você me explicasse, mesmo sabendo que, no fundo, eu já havia entendido tudo.


There are two colors in my head!

O brilho que vinha do altar sagrado ofuscava minha visão, e eu não podia ver seu rosto. Mas sabia que era você alí do meu lado. Todas as cores faziam redemoinho na camada exterior da minha pupila, e quando quis te explicar, meus pés em suas mãos, o brilho faíscante das cores, eu não pude mais falar nada...


Everything in it's right place?

No meio deste turbilhão de cores e sensações deliciosamente esquisitas - o sagrado e o profano, o brilho e a escuridão, a leveza e o peso -, a pequena e misterioso igreja começa a desmoronar, em nossa cara. Vindo ao chão pouco a pouco, vitrais seculares, santos de barro, velas gigantes... Não tenho tempo de pensar em nada, só de sentir os seus braços me guiando pela cintura, em meio à escuridão total.

Estamos salvos, nada mais poderá nos acontecer.
E um sopro de frescor de felicidade é a última coisa que me lembro de ter sentido.



Just 'cuz you feel it doesn't mean it's there!



Acordei.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Radiohead- Where I end and you begin (live)


Não posso me esquecer de deixar aqui um feliz natal pra galera do Peixes Estranhos(caraca,eu sou indubitavelmente um weird fish...haha).

E dizer que o texto de vocês e as piras são muito massa.Curti!!!

Abraço pra vcs e felicidades!


obs: nesse natal consuma Radiohead sem moderação!

there's a gap in between.....


Pensando quão ridiculo é se preocupar com nossos medos interiores num espaço tão curto de tempo chamado vida.Presos em nossa mente como um feto intra-ulterino os medos se propagam.Viveremos a existencia em toda sua breviedade inebriante.Ha um vazio crescente entre nos e nele vivemos nossa eterna mudança.Você sorri seu sorriso enferrujado e diz que tudo é amor e medo.Amor a vida e medo da morte.Tudo tão simples e tão patetico.Palavras tremulas de uma lingua serpenteante de tedio.


There's a gap in between

there's a gap where we meet

where i end and you begin


Dançamos na penumbra do sentimento vil vestidos com nosso manto de pensamento cinico.Vimos no amor a manifestação da descoberta para uma prole inteligente e bonita.Destarte fugimos sem mais delonga.Abraçamos Schopenhauer num devaneio torpe de alma hermetica.Digo adeus e fujo.Você sorri e diz que é apenas medo.Amar é ter medo.


and i'm sorry for us

the dinosaurs roam the earth

the sky turns green

where i end and you begin


Perdi meu chão.Solto num espaço irreal onde eu termino e você começa.Sinto falta daquilo que jamais poderei sentir.Daquilo que jamais poderei ver.Daquilo que jamais poderei tocar.


i am up in the clouds

i am up in the clouds

and i can't and i can't come down

i can watch but not take part

where i end and where you start

where you, you left me alone

you left me alone.


De onde estou jamais poderei ser ferido.Aqui ja não ha espaço para sentimentos que me são alheios.Pensando no tragicômico destino da vida com escarnio me abstenho de tomar parte.Sou eu apenas aqui preso em mim mesmo.Fico sozinho neste vazio quase tangivel onde me descubro em eterna mutação sem jamais viver toda a complexidade da vida.Então assinalo esse momento como sendo o grande dia.


X' will mark the place

like parting the waves

like a house falling in the sea.


I will eat you all alive

there'll be no more lies


Sou eu aqui então solitariamente consumido pela minha propria loucura.Concedo-me a liberdade primeva que antecede a tudo.Na minha morada não ha espaço para mentiras.

Você sorri e diz que tudo é amor e medo.

Cenarios radiohedianos





domingo, 23 de dezembro de 2007

Eu queria saber o que você faria.
Se descobrisse que fosse inevitável de fato, e não apenas supostamente.
O que você faria?
Se a sonoridade existisse em tudo, em todos... Se o que você ouve fosse realmente o que você achou ter ouvido...

What was that yoy try to say??



"Pela janela do apartamento uma tenue faixa de luz arraiga-se ao ambiente antes completamente imerso na escuridão,fortuita a luz torna-se imprescindivel,tão inverrossimel tem a tonalidade do q vivo agora q não conheço mais em mim exatidão de palavras.Apenas deixo-me ser arrebatado pela dolente melancolia das notas radiohedianas q se expandem pelo ar impregnando tudo a minha volta.Isso e suas mãos macias q acariciam a pele aspera de meu rosto. ...I sucked the moon I spoke too soon And how much did it cost? I was dropped from moonbeams And sailed on shooting stars Dividimos nossa morfina melodica presos numa linha do tempo,a sonoridade extasiante preenche o amago e sinto transmutar em algo entre ser e o não ser.Uma porta q se abre entre o isto e o aquilo.Como se fosse mergulhado num vazio e fosse embebido por tudo aquilo q constitue o nada.Deixamos nos perder,flutuar entre sintonias de pensamento,nuvens de sentimentos reciprocos. ...In pitch dark I go walking in Your landscape... Viajo pela paisagem desenhada de sua alma e o q vejo é o resultado infrutifero de nossa profilaxia.Olhando em seus olhos encontro meu sentido pra continuar vivo.Seus olhos merencorios,a porta para morada na qual me liquifaço.Sua alma,meu lugar de recuperação. Just because you feel itDoesn't mean it's thereJust because you feel itDoesn't mean it´s there Tateamos nosso rosto com mãos titubeantes como quem procura sorver efluvios de sentimentos q parecem se esvair dos poros. You can try the best you canIf you try the best you can The best you can is good enoughIf you try the best you canIf you try the best you can The best you can is good enoughSim eu tento o melhor q posso e isso é tudo q tenho a oferecer.Somos atomo em movimento perpetuo. You're living in a fantasy worldYou're living in a fantasy worldYou're living in a fantasy worldThis beautiful world Da minha boca para sua um bju como elo de sentimentos metamorfoseados q nos infla.Me perco em vc e a reciproca é verdadeira.Não estou aqui.Não me pertenço.Somos um unico e amorfo corpo denso de ilusões confusas q se completam onde o tempo não mais existe. That there That's not me I go Where I please I walk through walls I float down the Liffey I'm not here This isn't happening I'm not here I'm not here I'm not here."

Radiohead - Jigsaw Falling Into Place

Ae galera do Peixes Estranhos,valeu pelo convite.Vou postar um video q fiz usando poema do Pessoa e uma otima canção dilacerante do radiocabeça.
Enjoy it.

Queridos e estimáveis Peixes:

É com muita satisfação que me sento nesta cadeira, ao som de Last Flowers, no intuito de reavivar este nosso espaço que, durante algumas semanas seguidas, foi nossa válvula de escape, solucionadora e amenizadora das piras as quais todos nós, simultâneamente, nos envolvemos no decorrer do segundo semestre deste ano!
É sabido, por todos nós, que fomos tomados por outros afazeres pungentes e vícios impregnantes e desvencilhantes DEMAIS, e que essas outras obrigações acabaram nos deixando longe dos posts e das análises das músicas Thom-Yorkeanas.
Minha proposta neste momento, meus caros, pegando carona neste maravilhoso espírito natalino, é de que voltemos!
E, para começar a apoteose de sensações analísticas Radioheadianas, postarei um texto do meu mais novo amigo e fã purulante de Radiohead, meu estimadíssimo Rogério! (Danilo, mano... acho que achei um cara MAIS fã de Radiohead do que você nesse mundo, hehehe). Depois deste post inaugural, convido-o a fazer parte da Equipe do Peixes Estranhos, na intenção de engrossar o nosso caldo sensorial analítico!! Topas??
Vamos ao texto, sem edições. Vou colar exatamente como me foi enviado, no meio da madrugada, já em altos níveis de alucinação e loucura: fluxo de consciência, inconsciência, sensores, 1, 2, 3, já:


"... ouço o barulinho musical da agua ao fundo.Gotas q se equilibram nos telhados sendo substituidas do seu momento efemero de uno,uma apos a outra,caidas desse ceu de nuvens caliginosas q pesa sobre mim.O cenario é surreal.Me sinto transportado para um mundo onirico, como numa pintura de Dali.O piano de "last flowers" ,lancinante,como pensamentos plangentes vindo a tona.Relief and believe.Amargo,olho pra mim mesmo e tento saber se sou oq penso q sou.Em q momento decidi ser oq me tornei?O final dessa musica me traz um recordação de "karma police". "It's too much, too bright, too powerful...." ai vc ouve o fim de "karma police"... "phew for a minute there I lost my self..." Colher pensamentos bruxuleantes plantados em seu subconsciente fertil.Ter vislumbres das inebriantes paisagens noturnas na janela de um onibus.O ceu é fabuloso na escuridão.E eu um noctivago.As piras radiohedianas são fantasticas e quanto melhor o cenario,melhor a viagem.O melhor entendimento de um sentimento controverso. "It's too much, too bright, too powerful...." Sim,os cenarios são tudo isso. "And i can't face the evening straightAnd you can offer me escapeHouses live and houses speak..." Uma casa sem amor é um casa sem vida nem conversa.Digo de um lar.Quem não sabe lidar com isso prefere a companhia muda de si mesmo.Cala-se introspectivo e taciturno e apenas ouve: "relief, believe, relief, believe....." É disso q preciso.Quem podera oferecer alguma fuga das sensações com as quais não se aprende lidar?Fuga,se ha ainda não conheço.Mas existem os paliativos.Um lugar ermo onde possa ter uma visão estupefaciante do ceu e "last flower" altissonante num mp3.Me deito e me eskeço q sou eu.Deixo-me respirar e por alguns momentos sou apenas mundo..."


Agora a performance da música, pra quem ainda ão conhece e pra quem já conhece demais:
http://www.youtube.com/watch?v=WDdleGysNys


Hey Fishes, opinions are expected!
Sucesso, e que venham os posts Farseantes-Natalinos!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Ecce

Eis Bodysnatchers, pra quem não conhece.



I do not
Understand
What it is
I've done wrong
Full of holes
Check for pulse
Blink your eyes
One for yes
Two for no

I have no idea what I am talking about
I am trapped in this body and can't get out
Ooooohhhh

You killed the sound
removed backbone
A pale imitation
With the edges
Sawn off

I have no idea what you are talking about
Your mouth moves only with someone's hand up your ass
Ooooohhhh

Has the light gone out for you?
Because the light's gone for me
It is the 21st century
It is the 21st century
It can follow you like a dog
It brought me to my knees
They got a skin and they put me in
They got a skin and they put me in
All the lines wrapped around my face
All the lines wrapped around my face
And for anyone else to see
And for anyone else to see

I'm a lie

I've seen it coming
I've seen it coming
I've seen it coming
I've seen it coming